Análise: Pay Day 2

Ao pegar a caixa de PayDay 2, é possível notar diversos prêmios estampados na parte de trás: melhor jogo do evento, melhor experiência cooperativa, escolha da comunidade... Condecorações estas que foram concedidas ao game por veículos especializados durante a E3 deste ano. Imagino eu qual PayDay 2 eles jogaram, já que, a meu ver, sua mediocridade por muito pouco não asfixia os lapsos de diversão disponíveis aqui e acolá.
Com um nome infeliz aos ouvidos brasileiros, o primeiro PayDay trouxe um conceito interessante de jogo ao colocar quatro pessoas para arquitetar grandes roubos, lidar com a polícia, fazer reféns e escapulir do local, desviando do tiroteio enquanto carrega malas cheias de dinheiro nas costas. O game era simplório, com poucas fases e um conteúdo que se tornava repetitivo rapidamente. Todavia, por se tratar de um título disponível exclusivamente por download e com preço reduzido, seus acertos eram mais enaltecidos do que seus erros.
Nesta segunda edição, o game foi inflado com o objetivo de justificar seu lançamento físico e o preço maior. A campanha é longa, estão disponíveis elementos de customização dos assaltantes, evolução dos personagens através de pontos de experiência, além de um maior acervo de armamentos e dispositivos que oferecem uma escala superior de alternativas durante suas missões.
Contudo, apesar da enorme gama de conteúdo, todas as falhas do anterior se estenderam para a continuação. Com o porém de que desta vez, nenhuma das muletas utilizadas para pseudo-parabenizar o primeiro game podem ser justificadas novamente.
Um por todos, todos por um
PayDay 2 é um título feito para ser jogado em grupo, mesmo que ele lhe permita enfrentar as missões em carreira solo. Seu sucesso depende diretamente da companhia de no mínimo um outro ser humano, já que os personagens controlados pela inteligência artificial servem apenas como metralhadoras ambulantes. São eficientes o suficiente para acabar com uma porcentagem dos inimigos sem lhe atrapalhar, porém não oferecem suporte algum nas tarefas específicas de cada crime, como descarregar um caminhão repleto de drogas, assaltar joalherias, destruir propriedade privada, invadir uma boate e assim por diante.
Por conta desta obrigatoriedade implícita, encontrar pessoas online dispostas a compartilhar esta vida de delitos é relativamente fácil; o difícil é conseguir se conectar a elas. Fora dos convites enviados diretamente a amigos de minha lista que também possuíam o jogo, não consegui - em nenhuma das diversas tentativas - entrar em um grupo formado por estranhos. PayDay 2 agiu quase como uma mãe, retirando de mim toda e qualquer oportunidade de interagir com tipos que não conhecia.
Tal dificuldade pode ter sido uma infelicidade individual e, caso afete também outros jogadores, é passível de eliminação através de uma atualização posterior, mas para um game cujo foco é a formação de bandos, acabar sozinho é ver crescer uma barreira que lhe afasta da diversão que está ali em algum canto.
Foram poucos os momentos realmente satisfatórios na nova obra da Overkill Software, sendo que todos eles derivaram diretamente da companhia com quem compartilhava as tarefas propostas. Em meio ao caos de tiros e civis amarrados no chão, percebi que a atividade cooperativa era a única razão pela qual ainda persistia no game. Era divertido jogar com um amigo, mas qual game não o é?
Fonte: Arena IG
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